quinta-feira, 20 de maio de 2010

Relacionamento Tênis e Frescobol por Rubem Alves



Depois de muito meditar sobre o assunto concluí que os casamentos (relacionamentos) são de dois tipos: há os casamentos do tipo Tênis e há os casamentos do tipo Frescobol.

Os casamentos do tipo tênis são uma fonte de raiva e ressentimentos e terminam mal. Os casamentos do tipo Frescobol são uma fonte de alegria e têm a chance de ter vida longa. Explico-me.

Para começar, uma afirmação de Nietzche, com a qual concordo inteiramente. Dizia ele: "Ao pensar sobre a possibilidade do casamento, cada um deveria se fazer a seguinte pergunta:
"Você crê que seria capaz de conversar com prazer com esta pessoa até sua velhice?"
Tudo o mais no casamento é transitório, mas as relações que desafiam o tempo são aquelas construídas sobre a arte de conversar.

Sherezade sabia disso. Sabia que os casamentos baseados nos prazeres da cama são sempre decapitados pela manhã, e terminam em separação, pois os prazeres do sexo se esgotam rapidamente, terminam na morte, como no filme O Império dos
Sentidos. Por isso, quando o sexo já estava morto na cama, e o amor não mais se podia dizer através dele, Sherezade o ressuscitava pela magia da palavra: começava uma longa conversa sem fim, que deveria durar mil e uma noites. O sultão se calava e escutava as suas palavras como se fossem música. A música dos sons ou da palavra - é a sexualidade sob a forma da
eternidade: é o amor que ressuscita sempre, depois de morrer. Há os carinhos que se fazem com o corpo e há os carinhos que se fazem com as palavras.

E contrariamente ao que pensam os amantes inexperientes. Fazer carinho com as palavras não é ficar repetindo o tempo todo:
"Eu te amo". Barthes advertia: "Passada a primeira confissão, eu te amo não quer dizer mais nada". É na conversa que o nosso verdadeiro corpo se mostra, não em sua nudez anatômica, mas em sua nudez poética. Recordo a sabedoria de Adélia
Prado: "Erótica é a alma".
Tênis é um jogo feroz. O objetivo é derrotar o adversário. E a sua derrota se revela no seu erro: O outro foi incapaz de devolver a bola. Joga-se tênis para fazer o outro errar. O bom jogador é aquele que tem a exata noção do ponto fraco do seu adversário, é justamente para aí que ele vai dirigir sua cortada. Palavra muito sugestiva - que indica o seu objetivo sádico, que é o de cortar, interromper, derrotar. O prazer do tênis se encontra, portanto, no momento em que o jogo não pode mais continuar porque o adversário foi colocado fora de jogo. Termina sempre com a alegria de um e a tristeza de outro.

Frescobol se parece muito com o tênis: dois jogadores, duas raquetes e uma bola. Só que, para o jogo ser bom, é preciso que nenhum dos dois perca. Se a bola veio meio torta, a gente sabe que não foi de propósito e faz o maior esforço do mundo para devolvê-la gostosa, no lugar certo, para que o outro possa pegá-la. Não existe adversário porque não há ninguém a ser derrotado. Aqui ou os dois ganham ou ninguém ganha. E ninguém fica feliz quando o outro erra. O erro de um, no frescobol, é um acidente lamentável que não deveria ter acontecido. E o que errou pede desculpas, e o que provocou o erro se sente culpado. Mas não tem importância: começa-se de novo este delicioso jogo em que ninguém marca pontos...

A bola: são nossas fantasias, irrealidades, sonhos sob a forma de palavras. Conversar é ficar batendo sonho prá lá, sonho prá cá....
Mas há casais que jogam com os sonhos como se jogassem tênis. Ficam à espera do momento certo para a cortada. Tênis é assim: recebe-se o sonho do outro para destruí-lo, arrebentá-lo, como bolha de sabão.. O que se busca é ter razão e o que se ganha é o distanciamento. Aqui, quem ganha sempre perde.

Já no frescobol é diferente: o sonho do outro é um brinquedo que deve ser preservado, pois se sabe que, se é sonho, é coisa delicada, do coração.

O bom ouvinte é aquele que, ao falar, abre espaços para que as bolhas de sabão do outro voem livres ao vento. Bola vai, bola vem - cresce o amor... Ninguém ganha, para que os dois ganhem. E se deseja então que o outro viva sempre, eternamente, para que o jogo nunca tenha fim...


domingo, 9 de maio de 2010

MÃE...UM PRESENTE DE DEUS




PARA AS MAMÃES COM MUITO CARINHO
DO MEU PARA OS SEUS CORAÇÕES
VAN



MÃE...UM PRESENTE DE DEUS..
 
Para completar o homem

Deus a fez mulher

Mas para participar no milagre da vida
Deus a fez mãe


Para liderar uma casa
Deus a fez mulher


Mas para edificar um lar
Deus a fez mãe


Para estudar, trabalhar e competir
Deus a fez mulher


Mas para guiar a criança insegura
Deus a fez mãe


Para os desafios da sociedade
Deus a fez mulher


Mas para o amor, a ternura e o carinho
Deus a fez mãe


Para fazer qualquer trabalho
Deus a fez mulher


Mas para embalar um berço e construir um caráter
Deus a fez mãe


Para ser princesa
Deus a fez mulher


Para ser rainha
Deus a fez mãe


Você é o mais lindo presente de Deus .

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Fabula- Porco-espinho





A fábula do Porco-espinho

Durante uma era glacial bem remota, quando parte do globo terrestre se achava coberto de densas camadas de gelo muitos animais não resistiram ao frio intenso e morriam.

Morreram indefesos, por não se adaptarem ao clima hostil.
Foi então que uma grande manada de porcos espinhos, numa tentativa se proteger e sobreviver , começou a se unir , a juntar-se mais e mais.
Bem próximo um do outro , cada qual podia sentir o calor do corpo do outro. E assim aquecidos, conseguiram enfrentar por mais tempo aquele inverno terivel.

Vida ingrata , porém....Os espinhos de cada um começaram a incomodar, a ferir os companheiros mais próximos, justamente aqueles que lhes forneciam mais calor, aquele calor vital, questão de vida ou de morte.
Feridos, magoados, sofridos e decepcionados, começaram a afastar-se por não suportarem mais os espinhos dos seus semelhantes, sendo assim eles se dispersaram.

Novo problema:afastados, separados começaram a morrer congelados.

Os que sobreviveram ao frio, voltaram a se aproximar, pouco a pouco , com jeito e precauções.
Unidos novamente, mas cada qual conservando uma certa distância do outro.
Distância mínima, mas suficiente para conviver sem ferir, para sobreviver sem magoar, sem causar danos recíprocos.
Assim agindo, eles resistiram a imensa era glacial.
Apesar do frio e dos problemas conseguiram sobreviver.