terça-feira, 22 de dezembro de 2009

FELIZ NATAL E UM ANO NOVO DE MUITA PAZ!!!





Nesse momento de paz, onde todas as pessoas se abraçam, se entendem, se cumprimentam e buscam por novos sonhos, para tentar descobrir a razão de
ser feliz de verdade.
Neste momento onde Deus se faz presente em cada oração, cada família,
em todos os lares, eu também gostaria de expressar o meu carinho por você.
Quero desejar que os seus passos nunca estejam sós; estejam sempre amparados pelos querubins e arcanjos que têm a missão de caminhar com você segurando
firme em suas mãos, para que os seus pés nunca venham a tropeçar no meio do caminho.
Que neste Natal você possa sentir a presença de Deus, da paz, do amor e
do perdão.
Feliz Natal, na paz de Deus, que sempre pode todas as coisas; pois, para
o Senhor nada é impossível.
Desejo que você realize os seus ideais.
Desejo que a "Paz e a Harmonia" encontre moradia em todos os corações.
Que a Esperança seja um sentimento constante em cada ser que habita
este planeta.
Desejo que o Amor e a Amizade prevaleça acima de todas as coisas materiais.
Que as Tristezas ou Mágoas, sejam banidas dos corações, dando lugar
apenas ao Carinho.
Que a "Dor do Amor", encontre o remédio em outro Amor.
Que a "Dor Física", seja amenizada e que Deus esteja ao lado de todos,
dando muita força, fé e resignação.
Que a Solidão seja Extinta, e no seu lugar se instale a Amizade Verdadeira,
e o Companheirismo.
Que as pessoas procurem olhar mais a sua "Volta", e não tanto para "Si" mesma.
Que a Humildade e o Respeito residam na Alma e no Coração de todos.
"Que saibamos Amar e Respeitar o Próximo como a nós mesmos".
Desejo também que meu pedido se realize não só neste Natal, mas em todos os dias de nossas vidas!
Desejo à você,

UM FELIZ NATAL!!

Um Natal diferente -(Sílvia Schmidt)




Eu te desejo um Natal diferente.

Que os abraços apertados não sejam
questão de data,mas de sinceridade
e de transparente amor.

Que os presentes dados e recebidos
não contenham obrigação, mas
leveza de coração.

Que as bênçãos da meia-noite não
dependam de 1 minuto,mas que
venham para a vida toda.

Que a ceia não seja só de alimentos
com bom tempero,mas que tenha muitas
pitadas de bons pensamentos.

Que a família, por maior ou menor
que seja,não apenas celebre a data
com os melhores vinhos,mas que celebre
também os sagrados laços de sangue.

Que a árvore não esteja predestinada
a ser lançada ao lixo após as Festas,
mas que seja tão bem conservada quanto
as mais verdes esperanças.

Que o presépio não só represente o
nascimento de Jesus, mas também o
renascimento da criança amorosa
e inocente que ainda vive em ti.

Eu te desejo um Natal diferente,
e esse desejo vai a ti como um presente.

"Cadeira de Balanço" de Carlos Drummond de Andrade






Alguém observou que cada vez mais o ano se compõe de 10 meses; imperfeitamente embora, o resto é Natal. É possível que, com o tempo, essa divisão se inverta: 10 meses de Natal e 2 meses de ano vulgarmente dito. E não parece absurdo imaginar que, pelo desenvolvimento da linha, e pela melhoria do homem, o ano inteiro se converta em Natal, abolindo-se a era civil, com suas obrigações enfadonhas ou malignas... Será bom.

Então nos amaremos e nos desejaremos felicidades ininterruptamente, de manhã à noite, de uma rua a outra, de continente a continente, de cortina de ferro à cortina de nylon - sem cortinas. Governo e oposição, neutros, super e subdesenvolvidos, marcianos, bichos, plantas entrarão em regime de fraternidade. Os objetos se impregnarão de espírito natalino, e veremos o desenho animado, reino da crueldade, transposto para o reino do amor: a máquina de lavar roupa abraçada ao flamboyant, núpcias da flauta e do ovo, a betoneira com o sagüi ou com o vestido de baile. E o supra-realismo, justificado espiritualmente, será uma chave para o mundo.

Completado o ciclo histórico, os bens serão repartidos por si mesmos entre nossos irmãos, isto é, com todos os viventes e elementos da terra, água, ar e alma. Não haverá mais cartas de cobrança, de descompostura nem de suicídio. O correio só transportará correspondência gentil, de preferência postais de Chagall, em que noivos e burrinhos circulam na atmosfera, pastando flores; toda pintura, inclusive o borrão, estará a serviço do entendimento afetuoso. A crítica de arte se dissolverá jovialmente, a menos que prefira tomar a forma de um sininho cristalino, a badalar sem erudição nem pretensão, celebrando o Advento.

A poesia escrita se identificará com o perfume das moitas antes do amanhecer, despojando-se do uso do som. Para que livros? perguntará um anjo e, sorrindo, mostrará a terra impressa com as tintas do sol e das galáxias, aberta à maneira de um livro.

A música permanecerá a mesma, tal qual Palestrina e Mozart a deixaram; equívocos e divertimentos musicais serão arquivados, sem humilhação para ninguém.

Com economia para os povos desaparecerão suavemente classes armadas e semi-armadas, repartições arrecadadoras, polícia e fiscais de toda espécie. Uma palavra será descoberta no dicionário: paz.

O trabalho deixará de ser imposição para constituir o sentido natural da vida, sob a jurisdição desses incansáveis trabalhadores, que são os lírios do campo. Salário de cada um: a alegria que tiver merecido. Nem juntas de conciliação nem tribunais de justiça, pois tudo estará conciliado na ordem do amor.

Todo mundo se rirá do dinheiro e das arcas que o guardavam, e que passarão a depósito de doces, para visitas. Haverá dois jardins para cada habitante, um exterior, outro interior, comunicando-se por um atalho invisível.

A morte não será procurada nem esquivada, e o homem compreenderá a existência da noite, como já compreendera a da manhã.

O mundo será administrado exclusivamente pelas crianças, e elas farão o que bem entenderem das restantes instituições caducas, a Universidade inclusive.

E será Natal para sempre.

Texto extraído do livro "Cadeira de Balanço" de Carlos Drummond de Andrade como forma de desejar a vcs um Natal de muita paz espiritual e amor ao próximo; e que esses sentimentos sejam exercitados e prolongados por todo o Novo Ano.

Bjssssssss Van



quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Amor sem ilusão




Conta-se que um jovem caminhava pelas montanhas nevadas da velha Índia, absorvido em profundos questionamentos sobre o amor, sem poder solucionar suas ansiedades.
Ao longo do caminho, à sua frente, percebeu que vinha em sua direção um velho sábio. E porque se demorasse em seus pensamentos sem encontrar uma resposta que lhe aquietasse a alma, resolveu pedir ao sábio que o ajudasse.Aproximou-se e falou com verdadeiro interesse:
- Senhor, desejo encontrar minha amada e construir com ela uma família com bases no verdadeiro amor.- Todavia, sempre que me vem à mente uma jovem bela e graciosa e eu a olho com atenção, em meus pensamentos ela vai se transformando rapidamente.- Seus cabelos tornam-se alvos como a neve, sua pele rósea e firme fica pálida e se enche de profundos vincos.- Seu olhar vivaz perde o brilho e parece perder-se no infinito. Sua forma física se modifica acentuadamente e eu me apavoro.- Desejo saber, meu sábio, como é que o amor poderá ser eterno, como falam os poetas?
Nesse mesmo instante aproxima-se de ambos uma jovem envolta em luto, trazendo no rosto expressões de profunda dor. Dirige-se ao sábio e lhe fala com voz embargada:- Acabo de enterrar o corpo de meu pai que morreu antes de completar 50 anos.- Sofro porque nunca poderei ver sua cabeça branca aureolada de conhecimentos. Seu rosto marcado pelas rugas da experiência, nem seu olhar amadurecido pelas lições da vida.- Sofro porque não poderei mais ouvir suas histórias sábias nem contemplar seu sorriso de ternura.- Não verei suas mãos enrugadas tomando as minhas com profundo afeto.
Nesse momento o sábio dirigiu-se ao jovem e lhe falou com serenidade:- Você percebe agora as nuanças do amor sem ilusões, meu jovem?- O amor verdadeiro é eterno porque não se apega ao corpo físico, mas se afeiçoa ao ser imortal que o habita temporariamente.- É nesses sentimentos sem ilusões nem fantasias que reside o verdadeiro e eterno amor.
A lição do velho sábio é de grande valia para todos nós que buscamos as belezas da forma física sem observar as grandezas da alma imortal.O sentimento que valoriza somente as aparências exteriores não é amor, é paixão ilusória.O amor verdadeiro observa, além da roupagem física que se desgasta e morre, a alma que se aperfeiçoa e a deixa quando chega a hora, para prosseguir vivendo e amando, tanto quanto o permita o seu coração imortal.
As flores, por mais belas que sejam, um dia murcham e morrem... Mas o seu perfume permanece no ar e no olfato daqueles que o souberam guardar em frascos adequados.

O corpo humano, por mais belo e cheio de vida que seja, um dia envelhece e morre.
Mas as virtudes do espírito que dele se liberta continuam vivas nos sentimentos daqueles que as souberam apreciar e preservar, no frasco do coração.




sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Siga seus sonhos




Siga seus sonhos

Tenho um amigo chamado Monty Roberts, que tem um rancho em San Isidro. Ele me emprestou sua casa para realizar eventos com a finalidade de levantar dinheiro para programas em prol de jovens em perigo.

Da última vez que estivemos lá, ele me apresentou dizendo:

-Quero dizer-lhes porque deixo Jack usar minha casa. Isso remonta a uma história de um jovem rapaz, filho de um treinador de cavalos itinerante, que vivia de estrebaria em estrebaria, de pista de corridas em pista de corridas, de fazenda em fazenda e de rancho em rancho, treinando cavalos. Consequentemente, o curso de segundo grau do garoto era constantemente interrompido. Quando estava em último ano, lhe pediram que escrevesse sobre o que queria ser e fazer quando crescesse.

"Naquela noite, ele escreveu sete páginas sobre seu objetivo de algum dia possuir um rancho de cavalos. Descreveu seus sonhos com riqueza de detalhes e até fez o desenho de um rancho de oitenta hectares, mostrando a localização de todos os prédios, as estrebarias e a pista. Então, desenhou em detalhes a planta baixa de uma casa de quatrocentos metros quadrados, que edificaria nos oitenta hectares do rancho de seus sonhos."

"Ele colocou seu coração no projeto e no dia seguinte entregou-o ao professor. Dois dias depois recebeu sua folha de volta. Na página frontal havia um grande F vermelho e uma mensagem que dizia:
'Procure-me depois da aula.'"

O garoto do sonho foi ver o professor depois da aula e perguntou:

-Por que recebi um F?
O professor disse:
-Este é um sonho irreal para um rapaz como você. Você não tem dinheiro, vem de uma família itinerante. Não temos recursos. Ter um haras requer muito dinheiro. Você tem que comprar a terra. Tem que comprar os primeiros animais e, mais tarde, terá que pagar impostos enormes. Não há como você possa realizar isso algum dia. - E o professor acrescentou: - Se reescrever estas folhas com um objetivo mais realista, reconsiderarei sua nota.

O garoto foi para casa e pensou muito naquilo.
Perguntou a seu pai o que deveria fazer. Seu pai disse:
- Olhe, filho, você tem que decidir isso sozinho. No entanto, acho que é uma decisão muito importante para você.

Finalmente, depois de sentar-se diante do trabalho por uma semana, o garoto devolveu o mesmo papel, sem fazer nenhuma mudança. E declarou:
- Pode ficar com seu F, que eu ficrei com meu sonho.

Monty voltou-se para o grupo e disse:

- Estou lhes contantdo esta história porque estão sentados em minha casa de quatrocentos metros quadrados, bem como no meio de meu haras de oitenta hectares. Ainda tenho aquele trabalho escolar emoldurado em cima da lareira.

E acrescentou:

- A melhor parte da história é que, há dois verões, aquele mesmo professor trouxe trinta garotos para acampar no meu rancho durante uma semana. Quando estava indo embora, o professor disse:
- Olhe Monty, posso dizer-lhe isso agora. Quando era seu professor, eu era um tipo de ladrão de sonhos. Durante aqueles anos, roubei os sonhos de uma porção de alunos. Felizmente, você teve juízo suficiente para não desistir dos seus.

Não deixe que ninguém roube seus sonhos. Siga seu coração, não importa o que aconteça.

Jack Canfield

Eu Van declaro que nunca permiti que ninguém roubasse os meus sonhos, isso não quer dizer que não tentaram rsrs




terça-feira, 25 de agosto de 2009

ORAÇÃO A DEUS SOBRE A TOLERÂNCIA


Já não é aos homens que me dirijo, é a ti, Deus de todos os seres, se é que é permitido a criaturas frágeis perdidas na imensidão, e imperceptíveis ao resto do universo, atreverem-se a pedir-te alguma coisa, a ti que tudo deste, a ti cujas leis são imutáveis como eternas. Tem piedade dos erros que fazem parte da nossa natureza: que esses erros não sejam as nossas desgraças.
Não nos deste um coração para odiarmos nem uma mão para degolarmos; faz com que nos ajudemos mutuamente a suportar o fardo de uma vida penosa e passageira; que as pequenas diferenças entre as roupas que cobrem o nosso corpo débil, entre todas as nossas línguas insuficientes, entre todos os nossos hábitos ridículos, entre todas as nossas leis imperfeitas, entre todas as nossas opiniões insensatas, entre todas as nossas situações tão desproporcionadas aos nossos olhos e tão iguais aos teus; que todas essas pequenas diferenças que distinguem os átomos chamados homens não sejam sinais de ódio nem de perseguição...
Que todos os homens possam lembrar-se de que são irmãos! Que tenham horror à tirania exercida sobre as almas, assim como detestam a depredação que arrebata pela força o fruto do trabalho e da indústria tranqüila!
Se as calamidades da guerra são inevitáveis, não nos odiemos, não nos destruamos uns aos outros no seio da paz, e utilizemos a nossa existência para abençoarmos igualmente, em mil línguas diferentes, do Sião a Califórnia, a tua bondade que nos concedeu nesse instante!

“Tratado da Tolerância” de Voltaire, 1763

OLHAI OS LÍRIOS DOS CAMPOS




Estive pensando muito na fúria cega com que os homens se atiram à caça do dinheiro. É essa a causa principal dos dramas, das injustiças, da incompreensão da nossa época. Eles esquecem o que têm de mais humano e sacrificam o que a vida lhes oferece de melhor: as relações de criatura para criatura. De que serve construir arrannha-céus se não há mais almas humanas para morar neles? (...)

É indispensável trabalhar, pois um mundo de criaturas passivas seria também triste e sem beleza. Precisamos, entretanto, dar um sentido humano às nossas construções. E quando o amor ao dinheiro, ao sucesso nos estiver deixando cegos, saibamos fazer pausas para olhar os lírios do campo e as aves do céu, (...)

É indispensável que conquistemos este mundo, não com as armas do ódio e da violência, e sim com as do amor e da persuasão, (...)

Quando falo em conquista, quero dizer a conquista duma situação decente para todas as criaturas humanas, a conquista da paz digna, através do espírito de cooperação.

Érico Veríssimo. Olhai os lírios do campo.
80.ed.São Paulo: Globo.1999

sábado, 22 de agosto de 2009

RESPOSTA DUM HOMEM DO MUNDO DE 1978: JÚLIO ROBERTO




Ao ler a carta do Chefe Seattle, talvez muitas pessoas tenham formulado no pensamento,uma forma de resposta, principalmente porque os fatos ocorreram e se precipitaram no rumo da destruição. Uma resposta, pelo menos foi escrita. É quase um lamento pelo homem, sua terra, seu destino.

Amigo Seattle:
Li a sua carta escrita em 1854 ao grande Chefe Branco de Washington. Sou um homem de 1978 que vive num mundo, como tu previste, em decadência e destruição.

Já não ouço o sussurrar do vento nem a discussão noturna das rãs nos charcos da selva. Já nem temos selva.

As flores murcharam, ás arvore agonizam, os pássaros fogem e os insetos deixam de zumbir.

Bem sei que sou um homem enjaulado numa cidade e tu vivias nas pradarias, lá os bisontes e noitibós te alimentavam o corpo e a alma.

Os rios, para ti sagrados, são hoje para mim apenas uma viagem de infância. Neles em vez de peixes fazendo corridas e acrobacias, eu vejo o lixo da nossa civilização, os detritos deste mundo, as opulências mortas de uma humanidade que se afunda vertiginosamente na era do plástico.

Olho as estrelas e o luar. Parecem mais distantes do que são, e os meus olhos desabituados já de os observar, cansam-se facilmente. Não tenho, como tu tinhas, esse poder de olhar de frente o sol, de receber a sua luz e o seu calor sem me cegar.

As águias, vi uma ou outra, como se fossem já animais pré-históricos, aturdidas e confusas, sem perceber o que fizemos desta Terra.

Meu amigo Seattle, a tua carta é já de agora.
Tu não tiveste automóvel, nem indústrias, nem chauffage, nem televisão, nem jornais, nem os bens da civilização. Não soubeste o que é voar num avião a jato, a 1000 km por hora. Também não tinhas pressa.
Não soubeste o que é ir à Lua. Também não precisavas.
Não soubeste também, de certeza, o que é procurar na noite o repouso cansativo duma diversão barulhenta a que chamam de música, é onde a angustia é a única sensação que fica. Tu sabias lá o que era angústia.
Vivo na cidade, nestes monstros de pedra, ruas, barulhos e gente aos gritos, a correr e a atropelar-se, para, ao que dizem, ganhar a vida. Certamente tu dirias para a perder.

Mesmo aquela relva que, às vezes, ainda havia nas cidades, vai desaparecendo. 
As árvores que já depois de tu escreveres a tua carta, ainda enfeitavam os lados das ruas, vão desaparecendo. Sabes por quê? Porque é preciso alargar as pistas para os automóveis, pois, segundo dizem, circular é viver.

E o mar, esse, sobretudo o que vinha dantes banhar as nossas praias e namorar a areia branca, vem agora suja-la, com o lixo que lhe deitam dentro. Tem um ar triste, de um mendigo que,as vezes, se revolta e destrói as grandes construções dos nossos engenheiros.

Ah! Meu querido amigo selvagem! Como eu, que não vivi no seu tempo, nem das tuas pradarias, tenho saudade da tua Terra sagrada, (...)


Apud: Poema ecológico. Lisboa, Edições Itau, 1978


sábado, 15 de agosto de 2009

Amigo do sol,amigo da lua - Benito Di Paula




Amigo do Sol, Amigo da Lua
Benito Di Paula
Composição: Benito Di Paula / Márcio Brandão

E ê criança presa ê, brinquedos de trapaças

Quase sem história pra contar
Você criança tão liberta me tire dessa peça,
E assim ter história pra contar
Estrela que brilha em meu peito e me leva pro céu
Em cantos cantigas canções de ninar
Me deixa no galho no galho da lua
No charme do sol pra me despertar

Estrela que brilha em meu peito e me leva pro céu
Encantos cantigas canções de ninar
Me deixa no galho no galho da lua
No charme do sol pra me despertar

Vem amigo nadar nos rios
Vem amigo plantar mais lirios
No vale no mato e no mundo vamos brincar
Vem amigo nadar nos rios

Vem amigo plantar mais lirios
No vale no mato e no mundo vamos brincar

Carta do Chefe Seattle



Em 1855, o Presidente dos Estados Unidos da América propôs ao chefe Seattle, comprar a terra dos índios, para acabar de vez por todas com os litígios entre brancos e índios. Esse texto é a resposta dada pelo chefe índio ao presidente americano.

(...) Como se pode comprar ou vender o firmamento, ou ainda o calor da terra? Tal idéia é desconhecida para nós. Se não somos dono da frescura do ar nem do fulgor das águas, como podereis comprá-los? Cada parcela desta terra é sagrada para o meu povo
Cada brilhante mata de pinheiros, cada grão de areia nas praias, cada gota de orvalho nos escuros bosques, cada outeiro e até o zumbido de cada inseto é sagrado para a memória e para o passado do meu povo. A seiva que circula nas veias das árvores leva consigo a memória dos Peles Vermelhas

As flores perfumadas são nossas irmãs, o veado, o cavalo, a grande águia são nossos irmãos; as rochas escarpadas, os úmidos prados, o calor do corpo do cavalo e do homem, todos pertencemos à mesma família. 

(...) Os rios são nossos irmãos e saciam a nossa sede; são portadores das nossas canoas e alimentam os nossos filhos.

(...) Sabemos que o Homem Branco não compreende o nosso modo de vida. Ele não sabe distinguir um pedaço de terra de outro, porque ele é um estranho que chega de noite e tira da terra o que necessita. A terra não é sua irmã, mas sim sua inimiga e, uma vez conquistada, ele segue o seu caminho, deixando atrás de si a sepultura de seus pais, sem se importar com isso! Trata a sua Mãe, a Terra, e o seu irmão, o Firmamento, como objetos que se compram, se exploram e se vendem como ovelhas ou contas coloridas.

O seu apetite devorará a terra deixando atrás de si um deserto. 

(...) Só de ver as vossas cidades entristecem-se os olhos do Pele Vermelha. Mas talvez seja porque o Pele Vermelha é um selvagem e não compreende nada. Não existe um lugar tranqüilo nas cidades do Homem Branco, não há sítio onde escutar como desabrocham as folhas das árvores na Primavera ou como esvoaçam os insetos. 

(...) Depois de tudo, para que serve a vida se o homem não pode escutar o grito solitário do noitibó nem as discussões noturnas das rãs nas margens de um charco? Sou Pele Vermelha nada entendo.

Nós preferimos o suave sussurrar do vento sobre a superfície de um charco, assim como o cheiro desse mesmo vento purificado pela chuva do meio dia ou perfumado como o aroma dos pinheiros.

O ar tem um valor inestimável para o Pele Vermelha, uma vez que todos respiramos o mesmo ar. O Homem Branco não parece estar consciente do ar que respira; como um moribundo que agoniza durante muitos dias é insensível ao mau cheiro. 

(…) Sou um selvagem e não compreendo outro modo de vida.
Tenho visto milhares de bisontes apodrecendo nas pradarias, mortos a tiro pelo Homem Branco, da janela de um comboio em andamento.

Sou um selvagem e não compreendo como é que uma máquina fumegante pode ser mais importante que o bisonte que nós só matamos para sobreviver.Que seria dos homens sem os animais? Se todos fossem exterminados, o homem também morreria de uma grande solidão espiritual. Porque o que suceder aos animais também sucederá ao homem.

Tudo está ligado. Deveis ensinar aos vossos filhos que o solo que pisam, são as cinzas dos nossos avós. Inculcai nos vossos filhos que a terra está enriquecida com as vidas dos nossos semelhantes, para que saibam respeitá-la. Ensinai aos vossos filhos aquilo que nós temos ensinado aos nossos, que a terra é nossa Mãe. Tudo quanto acontecer à terra acontecerá aos filhos da terra. Se os homens cospem no solo, cospem em si próprios.

(…) Isto sabemos: a terra não pertence ao homem; o homem pertence à terra.

(…) Isto sabemos. Tudo está ligado. O homem não teceu a rede da vida, ele é só um dos seus fios. Aquilo que ele fizer à rede da vida ele o faz a si próprio.

Nem mesmo o Homem Branco, cujo Deus passeia e fala com ele de amigo para amigo, fica isento do destino comum. Por fim Talvez sejamos irmãos.
Veremos isso.
Sabemos uma coisa que talvez o Homem Branco descubra um dia: o nosso Deus é o mesmo Deus.(…)

Apud: Poema Ecológico. Carta do Chefe Seattle em 1854 ao Grande Chefe Branco de Washington. Lisboa, Edições Itau, 1978[fragmentos]

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Frisson Tunai








Meu coração pulou
Você chegou, me deixou assim
Com os pés fora do chão
Pensei: que bom...
Parece, enfim acordei
Pra renovar meu ser
Faltava mesmo chegar você
Assim sem me avisar
Pra acelerar...
Um coração que já bate pouco
De tanto procurar por outro
Anda cansado
Mas quando você está do lado
Fica louco de satisfação
Solidão nunca mais

Você caiu do céu
Um anjo lindo que apareceu
Com olhos de cristal
Me enfeitiçou
Eu nunca vi nada igual
De repente...
Você surgiu na minha frente
Luz cintilante
Estrela em forma de gente
Invasora do planeta amor
Você me conquistou

Me olha, me toca, me faz sentir
Que é hora, agora, da gente ir

quinta-feira, 11 de junho de 2009

O que me inporta- Marisa Monte







Um ciclo



O primeiro olhar, o encontro, o início.
A atração, o sexo, a paixão.
O sexo, o sexo e o sexo.
Mais sexo, sexo e sexo.

A curiosidade, a conversa, o interesse.
As juras de amor, as promessas, a felicidade.
O aniversário de um mês de namoro.
O dia dos namorados, as surpresas

O jantar, o cinema, a música.
O teatro, o parque, o jantar.
A viagem, a praia, o sol,
O bronzeador, o biquíni, a cerveja gelada.

A volta da viagem, as músicas, as risadas.
O aniversário de dois meses de namoro
O aniversário dela, vários presentes
O aniversário dele, vários presentes.
Outra viagem, outro lugar, o aconchego da suíte.

O vinho, o ravióli recheado, música.
O frio da montanha, a fondue a dois, música.
A volta da viagem, a alegria, as fotos.
O aniversário de seis meses de namoro.
A segurança, a confiança, o costume.
Menos sexo, mais conversa, risadas.
Mais viagens, menos música, mais descanso.
As fotos, a lembrança do começo, a história de amor.

A conexão com o outro, as convergências, os planos.
Mais planos, a rotina com o outro, a satisfação.
A aliança de compromisso, os parentes, a festa.
O aniversário de dois anos de namoro.
O aniversário de três anos de namoro.
Os preparativos, as economias, o financiamento.
Os sonhos, as idealizações, as promessas.
Os padrinhos, os pais, a igreja.
A festa de recepção, a alegria da união.
Ela disse sim. Ele disse sim.
Até que a morte os separe.
A emoção, as lágrimas nos olhos, a chuva de arroz.

As latinhas amarradas no carro
O tchau dos amigos e parentes.
A viagem, frança, Itália, passeios de trem.
Passeios turísticos, jantares, dança.
Mais passeios, fotos, fotos.
A volta, o começo, o recomeço.
A vida a dois, o cotidiano, a realidade.
O trabalho dele, o trabalho dela, os afazeres domésticos.
Acordar junto, jantar junto,dormir junto.
Acordar junto, jantar junto,dormir junto.
Acordar junto, jantar junto,dormir junto.

A rotina, os defeitos, as indiferenças.
A tolerância, a tolerância...a intolerância.
As divergências, as divergências, as divergências.
Os amigos, as amigas, programas separados.
As discussões da relação.
Mais conversa, menos sexo.
Mais cansaço, menos sexo.
Uma amiga dele, um amigo dela,válvula de escape.
Uma amiga dele, o amigo dela,confidentes.
Amiga dele, Amigo dela, Amantes.


A desconfiança, a investigação, a descoberta.
As cobranças, as acusações, as negações.
As lágrimas, as lembranças do começo, a tristeza.
A decisão, a iniciativa de um, o protesto do outro.
O último olhar, o desencontro, o fim.

leuza Santos
Texto extraído da Folha de Pernambuco 07-06-09

sábado, 2 de maio de 2009

Muito obrigado, meu aluno problema


Sexta feira tivemos reunião pedagógica. Cheguei cedo ao ponto da condução que nos leva até a Zona Rural, é lá que fica umas das escolas que leciono.Encontrei a supervisora e começamos a conversar, falei da minha angústia em relação a um aluno que considero um desafio, (com distorção idade-série)16 anos numa 3º série.Enquanto eu falava e fazia minhas colocações, ela simplesmente sorria e dizia: Não se preocupe porque estou sorrindo, quando chegarmos na escola você entenderá.
Quando iniciamos a reunião, ela pediu que eu lesse um texto, o mesmo retratava minha fala.

Eis o texto

Muito obrigado, meu aluno problema.

Sua letra não é legível. Seu caderno não tem ordem ou capricho. A capa está arrancada, o dever incompleto, as orelhas se mutiplicam. Seu lápis, quando existe, nunca está apontado. Você se distrai com o ruído de uma mosca. É o último a responder as ordens, o primeiro a liderar o barulho. Se você levanta a mão, reluto em lhe dar a palavra - só vem besteira. Você brigou na rua, ou foram os tapas do seu pai, que já perdeu a paciência a muito tempo?

As avaliações são um pesadelo para você. E o resultado?
Ah! como eu gostaria de não ser professor, desistir de tudo para não enfrentar os seus olhos...onde a cada dia morre a esperança.

Eu já tentei tudo com você: bons modos, maus modos, gritos, chantagens...
Exigi, insisti, gritei, implorei...
Você continua não respondendo a minha 'didática elaborada', a 'minha experiência de tantos anos'...

Por você me tornei insegura. Analisei os conteúdos, contestei a validade de alguns, aprofundei, condensei, revi meus critérios de avaliação.

Por você fiquei humilde. Achei pouco os meus recursos. Pedi ajuda. Comparei os meus instrumentos de aprendizagem. Discuti o assunto com os colegas. Fui ao supervisor...

Por você, estudei. Fui buscar conhecimentos que faltavam. Achei tempo para uma pesquisa mais elaborada das causas de seus problemas.

Por você, eu criei. Não me limitei ao já existente. Criei novas formas de abordagens de conteúdos, novas motivações, nova distribuição do tempo.

Por você, procurei conhecer uma "criança normal". Como ela pensa? Como ela age? O que ela tem que voce não tem? O que sobra em voce? O que falta?

Por você, revi meus conceitos de fracasso, de sucesso,de felicidade, de normalidade.

Por você me aceitei fracassada, limitada, deficiente, incapaz de fazê-lo aprender.

Eu passei a ser um problema também.

E, na minha angústia, eu entendi muito bem como você se sente.

Ai então, mudou você, ou mudei eu?

Autora:Elyanne Brasil

Uma boa reflexão


segunda-feira, 20 de abril de 2009

Não te metas na minha




( teologo Lauro Gimenes.)

QUANDO O TEU FILHO TE DIZ:
MÃE, PAI NÃO TE METAS !


Isto foi analisado por um sacerdote.

Hoje que estou aprofundando os meus estudos teológicos na Família, seus valores, seus princípios, suas riquezas, seus conflitos, recordo-me de uma ocasião em que escutei um jovem gritar ao seu Pai:

NÃO TE METAS NA MINHA VIDA!

Esta frase tocou-me profundamente, tanto, que freqüentemente a recordo e comento nas minhas conferências com Pais e filhos.
Se em vez de sacerdote, tivesse optado por ser pai de família,o que responderia a essa pergunta inquisitiva de meu filho?

Esta poderia ser a minha resposta:

FILHO, UM MOMENTO, NÃO SOU EU QUE ME METO NA TUA VIDA, FOSTE TU QUE TE METESTE NA MINHA!

Faz muitos anos, graças a Deus,e pelo amor que a mamãe e eu sentimos,chegaste às nossas vidas,ocupaste todo nosso tempo,ainda antes de nasceres.

A mamãe sentia-se mal, não conseguia comer,tudo o que comia, vomitava , e tinha que ficar de repouso.

Eu tive que me dividir entre as tarefas do meu trabalho e as da casa para ajudá-la.
Nos últimos meses, antes que chegasses à casa, a mamãe não dormia e não me deixava dormir.

Os gastos aumentam incrivelmente, tanto que grande parte do que ganhava era gasto contigo, para pagar um bom médico que atendesse a mamãe e a ajudasse a ter uma gravidez saudável, em medicamentos, na maternidade, em comprar-te todo um guarda-roupa.

A mamãe não podia ver nada de bebê, que não o quisesse para ti, compramos tudo o que podíamos, contando que tu estivesses bem tivesses o melhor possível.

NÃO TE METAS NA MINHA VIDA?!

Chegou o dia em que nasceste:
Temos que comprar algo para dar de recordação aos que te vieram conhecer,
DISSE A MAMÃE.
Temos que adaptar um quarto para o bebê.
Desde a primeira noite não dormimos.

A cada três horas, como se fosses um alarme de relógio, despertavas para te darmos de comer.
Outras, porque te sentias mal e choravas e choravas,sem que nós soubéssemos o que fazer,pois não sabíamos o que te tinhas,até chorávamos contigo.

NÃO TE METAS NA MINHA VIDA?

Começaste a andar, eu não sei quando foi que eu tive que andar mais atrás de "ti",
se quando começaste a andar ou quando pensaste que já sabias.

Já não podia sentar-me tranquilo a ler o jornal ou a ver um filme ou o jogo do meu time favorito,porque quando acordavas, te perdias da minha vista e tinha que sair atrás de ti para evitar que te machucasses.

NÃO TE METAS NA MINHA VIDA?

Ainda me lembro do primeiro dia de aula.
Quando tive que telefonar para o serviço e dizer que não podia ir.
Já que tu, na porta do colégio, não querias soltar-me a mão e entrar.
Choravas e pedias-me que não fosse embora.
Tive que entrar contigo na escola,e pedir à professora que me deixasse estar ao teu lado, algum tempo, na sala, para que te fosses acostumando.
Depois de algumas semanas já não me pedias que fosse embora, como até esquecias de despedir quando saías do carro correndo para te encontrares com os teus amiguinhos.

NÃO TE METAS NA MINHA VIDA?

Foste crescendo, já não querias que te levássemos às festas em casa de teus amiguinhos,pedias-nos que parássemos numa rua antes de te deixarmos e que te fôssemos buscar numa rua depois,porque já eras "cool“, top, não querias chegar cedo em casa,incomodava-te que te impuséssemos regras,não podíamos fazer comentários
sobre os teus amigos, sem que te voltasses contra nós, como se os conhecesses a eles toda a tua vida e nós fôssemos uns perfeitos "desconhecidos"
para ti.

NÃO TE METAS NA MINHA VIDA?

Cada vez sei menos de ti por ti mesmo , sei mais pelo que ouço dos demais.
Já quase não queres falar comigo, dizes que apenas sei reclamar, e tudo o que eu faço está mal, ou é razão para que te rias de mim, pergunto: como, com esses defeitos, pude dar-te o que até agora tens tido.

A Mamãe passa a noite em claro e consequentemente não me deixa dormir dizendo-me:
que ainda não chegaste e que já é madrugada, que o teu celular está desligado,
que já são 3 h e não chegas.
Até que por fim podemos dormir quando acabas de chegar.

NÃO TE METAS NA MINHA VIDA?

Já quase não falamos, não me contas as tuas coisas, aborrece-te falar com velhos que não entendem o mundo de hoje.
Agora só me procuras quando tens que pagar algo ou necessitas de dinheiro para a universidade, ou para sair.
Ou pior ainda, procuro-te eu, quando tenho que chamar-te a atenção.

NÃO TE METAS NA MINHA VIDA?

Mas estou seguro que diante destas palavras . .

"NÃO TE METAS NA MINHA VIDA", podemos responder juntos:


FILHO, EU NÃO ME METO NA TUA VIDA TU TE METESTE NA MINHA, EU TE ASSEGURO, QUE DESDE O PRIMEIRO DIA, ATÉ AO DIA DE HOJE, NÃO ME ARREPENDO QUE TE TENHAS METIDO NELA E A TENHAS TRANSFORMADO PARA SEMPRE!

ENQUANTO EU FOR VIVO, VOU METER-ME NA TUA VIDA, ASSIM COMO TU TE METESTE NA MINHA, PARA AJUDAR-TE, PARA FORMAR-TE, PARA AMAR-TE E PARA FAZER DE TI UM HOMEM OU UMA MULHER DE BEM!

SÓ OS PAIS QUE SABEM METER-SE NA VIDA DE SEUS FILHOS CONSEGUEM FAZER DELES, HOMENS E MULHERES QUE TRIUNFAM NA VIDA E SÃO CAPAZES DE AMAR!


PAPAIS:
MUITO OBRIGADO!

Por se meterem na vida dos seus filhos.
Ah, melhor ainda, corrijo, por terem deixado que os seus filhos se metam nas suas vidas!

E para vocês filhos:

VALORIZEM OS SEUS PAIS. NÃO SÃO PERFEITOS, MAS AMAM VOCÊS E TUDO O QUE DESEJAM É QUE VOCÊS SEJAM CAPAZES DE ENFRENTAREM A VIDA E TRIUNFAREM COMO HOMENS DE BEM !

A vida dá muitas voltas, e, em menos tempo do que vocês imaginam, alguém lhes dirá:

“NÃO TE METAS NA MINHA VIDA!”

A paternidade não é um capricho ou um acidente, é um dom de Deus, que nasce do Amor!

Deus os abençoe!
A TODOS!



UMA PESCARIA INESQUECÍVEL






James P. Lenfestey

Ele tinha onze anos e, a cada oportunidade que surgia, ia pescar no cais próximo ao chalé da família, numa ilha que ficava em meio a um lago.

A temporada de pesca só começaria no dia seguinte, mas pai e filho saíram no fim da tarde para pegar apenas peixes cuja captura estava liberada.

O menino amarrou uma isca e começou a praticar arremessos, provocando ondulações coloridas na água.
Logo, elas se tornaram prateadas pelo efeito da lua nascendo sobre o lago.

Quando o caniço vergou, ele soube que havia algo enorme do outro lado da linha.
O pai olhava com admiração, enquanto o garoto habilmente, e com muito cuidado, erguia o peixe exausto da água.

Era o maior que já tinha visto, porém sua pesca só era permitida na temporada.

O garoto e o pai olharam para o peixe, tão bonito, as guelras movendo para trás e para frente.

O pai, então, acendeu um fósforo e olhou para o relógio.
Pouco mais de dez da noite...
Ainda faltavam quase duas horas para a abertura da temporada.

Em seguida, olhou para o peixe e depois para o menino, dizendo:
- Você tem que devolvê-lo, filho!
Mas, papai, reclamou o menino.
- Vai aparecer outro, insistiu o pai.
- Não tão grande quanto este, choramingou a criança.

O garoto olhou à volta do lago. Não havia outros pescadores ou embarcações à vista.
Voltou novamente o olhar para o pai.
Mesmo sem ninguém por perto, sabia, pela firmeza em sua voz, que a decisão era inegociável.

Devagar, tirou o anzol da boca do enorme peixe e o devolveu à água escura.
O peixe movimentou rapidamente o corpo e desapareceu.

Naquele momento, o menino teve certeza de que jamais pegaria um peixe tão grande quanto aquele.

Isso aconteceu há trinta e quatro anos. Hoje, o garoto é um arquiteto bem-sucedido.
O chalé continua lá, na ilha em meio ao lago, e ele leva seus filhos para pescar no mesmo cais.
Sua intuição estava correta. Nunca mais conseguiu pescar um peixe tão maravilhoso como o daquela noite.

Porém, sempre vê o mesmo peixe todas as vezes que depara com uma questão ética.
Porque, como o pai lhe ensinou, a ética é simplesmente uma questão de CERTO e ERRADO.

Agir corretamente, quando se está sendo observado, é uma coisa.
A ética, porém, está em agir corretamente quando ninguém está nos observando.
Essa conduta reta só é possível quando, desde criança, aprendeu-se a devolver o PEIXE À ÁGUA.

A boa educação é como uma moeda de ouro:
TEM VALOR EM TODA PARTE.

Texto: Uma Pescaria Inesquecível, de James P. Lenfestey, do livro Histórias para Aquecer o Coração dos Pais, Editora Sextante.





terça-feira, 14 de abril de 2009

ENVELHECER, :É UMA DÁDIVA !






Atualmente, é provável que, pela primeira vez em minha vida, sinta-me como a pessoa que sempre quis ser.

Não, não me refiro ao meu corpo, diante do qual às vezes me desespero,frente às rugas, aos olhos empapuçados, ao traseiro flácido.

E, com freqüência, volto ao passado, quando vislumbro aquele antigo vulto em meu espelho (que se assemelha à minha mãe !),mas estes sentimentos já não me fazem sofrer mais: são passageiros.

Nunca trocaria os meus amigos incríveis, minha vida maravilhosa, minha família adorada, por cabelos menos grisalhos ou uma barriga menos proeminente.

Conforme envelheci, tornei-me mais amável e menos crítico comigo mesmo. Tornei-me o meu melhor amigo.

Não me recrimino por ter saboreado aquele docinho a mais, por não ter feito a minha cama, ao acordar, ou por ter comprado aquele enfeite tolo que não precisava, mas que dá um toque de modernidade ao meu jardim.

A minha idade me permite ser excêntrico, a manter tudo fora de ordem, posso ser extravagante.

Testemunhei a partida precoce deste mundo de muitos amigos queridos ; e eles não puderam vivenciar plenamente a liberdade grandiosa implícita no envelhecer.

Qual é o problema, se eu decidir ler ou ficar ao computador até as quatro da manhã, e acordar somente ao meio-dia ?

Serei meu próprio parceiro na dança, ao ritmo dos sucessos inesquecíveis dos anos 60 e 70, e se, ao mesmo tempo, quiser chorar por um amor perdido... posso fazê-lo

Caminharei pela praia com um traje de banho colado ao meu corpo obeso, e mergulharei no mar despreocupadamente, se assim desejar, apesar dos olhares críticos das pessoas mais jovens. Elas também vão envelhecer.

Sei que algumas vezes me esqueço de algumas coisas.
No entanto repito: é melhor que nos esqueçamos de alguns episódios da vida. Algumas vezes, recordo-me de coisas importantes.

Com o passar dos anos, é claro, também sofri desilusões. Como não sentir a perda de uma pessoa amada, ou manter-se indiferente diante do sofrimento de uma criança, ou até mesmo quando o bichinho de estimação de alguém é atropelado por um carro ?

Na verdade, ter o coração ferido, é o que nos dá força, discernimento e compaixão.
Um coração que nunca foi ferido, é duro, estéril, nunca sentirá a alegria da imperfeição.

Sou, portanto, abençoado por ter vivido tanto, o que me permitiu ver meus cabelos grisalhos, e ter as marcas de minha juventude, para sempre gravadas nas profundas rugas de meu rosto. Muitos nunca riram, outros morreram antes de terem seus cabelos grisalhos.

Conforme envelhecemos, é mais fácil sermos otimistas.
Nos preocupamos menos com o que pensam as outras pessoas. Não nos policiamos mais. Temos, até mesmo, o direito de estar errados.

Portanto, gosto de ser idoso.
Isto me libertou.
Gosto da pessoa na qual me tornei.

Não vou viver para sempre, mas enquanto ainda estiver por aqui, não desperdiçarei tempo lamentando o que poderia ter sido, nem me preocupando com o futuro. Posso agora comer todas as sobremesas que quiser, todos os dias (se estiver com vontade).

QUE A NOSSA AMIZADE NUNCA SE ACABE, PRINCIPALMENTE PORQUE É VERDADEIRA E PURA! QUE VOCÊ APRESENTE SEMPRE UMA FONTE DE SORRISOS EM SEU ROSTO E EM SEU CORAÇÃO,
HOJE, AMANHÃ E SEMPRE.

domingo, 12 de abril de 2009

Antes "idiota" que infeliz!


Arnaldo Jabor 


Uma vez Renato Russo disse com uma sabedoria ímpar: 'Digam o que disserem, o mal do século é a solidão'. Pretensiosamente digo que assino embaixo sem dúvida alguma. Parem pra notar... 

Os sinais estão batendo em nossa cara todos os dias Baladas recheadas de garotas lindas, com roupas cada vez mais micros e transparentes, danças e poses em closes ginecológicos, chegam sozinhas e saem sozinhas. Empresários, advogados, engenheiros que estudaram, trabalharam, alcançaram sucesso profissional e, sozinhos.

Tem mulher contratando homem para dançar com elas em bailes, os novíssimos 'personal dance', incrível. E não é só sexo não, se fosse, era resolvido fácil, alguém duvida?

Estamos é com carência de passear de mãos dadas, dar e receber carinho sem necessariamente ter que depois mostrar performances dignas de um atleta olímpico, fazer um jantar pra quem você gosta e depois saber que vão 'apenas' dormirem abraçados, sabe essas coisas simples que perdemos nessa marcha de uma evolução cega. 

Pode fazer tudo, desde que não interrompa a carreira, a produção. Tornamos-nos máquinas e agora estamos desesperados por não saber como voltar a 'sentir', só isso, algo tão simples que a cada dia fica tão distante de nós. 

Quem duvida do que estou dizendo, dá uma olhada no site de relacionamentos ORKUT, o número de comunidades como:“Quero um amor pra vida toda”,“Eu sou pra casar”, até a desesperançada “Nasci pra ser sozinho”, unindo milhares ou melhor milhões de solitários em meio a uma multidão de rostos cada vez mais estranhos, plásticos, quase etéreos e inacessíveis. 

Vivemos cada vez mais tempo, retardamos o envelhecimento e estamos a cada dia mais belos e mais sozinhos. Sei que estou parecendo o solteirão infeliz, mas pelo contrário, pra chegar a escrever essas bobagens (mais que verdadeiras) é preciso encarar os fantasmas de frente e aceitar essa verdade de cara limpa. 

Todo mundo quer ter alguém ao seu lado, mas hoje em dia é feio, demodê, brega. Alô gente! Felicidade, amor, todas essas emoções nos fazem parecer ridículos, abobalhados, e daí? Seja ridículo, não seja frustrado, 'pague mico', saia gritando e falando bobagens, você vai descobrir mais cedo ou mais tarde que o tempo pra ser feliz é curto, e cada instante que vai embora não volta mais (estou muito brega!), aquela pessoa que passou hoje por você na rua, talvez nunca mais volte a vê-la, quem sabe ali estivesse a oportunidade de um sorriso à dois. 

Quem disse que ser adulto é ser ranzinza, um ditado tibetano diz que se um problema é grande demais, não pense nele e se ele é pequeno demais, pra quê pensar nele. Dá pra ser um homem de negócios e tomar iogurte com o dedo ou uma advogada de sucesso que adora rir de si mesma por ser estabanada 

O que realmente não dá é continuarmos achando que viver é out, que o vento não pode desmanchar o nosso cabelo ou que eu não posso me aventurar a dizer pra alguém: 'vamos ter bons e maus momentos e uma hora ou outra, um dos dois ou quem sabe os dois, vão querer pular fora, mas se eu não pedir que fique comigo tenho certeza de que vou me arrepender pelo resto da vida'. 

Antes idiota que infeliz!